Jovens artistas reclamam da falta de oportunidades e do monopólio do forró
Campina Grande,
abastado e pulsante entreposto comercial, estrategicamente situada no “centro”
do Nordeste, sempre atraiu variados contingentes de trabalhadores e nesse meio
vieram os filhos ilustres da cidade. Luiz Gonzaga, Rosil Cavalcanti, Jackson do
Pandeiro e outros podem não ter nascido em Campina mas vieram para cá e
desenvolveram seus talentos. Aqui deram os primeiros passos como artistas, se
apresentando em difusoras, feiras, emissoras de rádio e programas de auditório.
Esses artistas que foram influenciando outros grandes nomes como Elba Ramalho e
Marinês.
Atualmente, o cenário
musical da cidade conta com muitos jovens talentosos, porém, sem espaço, é o
que afirma a cantora Lara Sales. Uma das dificuldades para ela como artista em
Campina é a falta de oportunidades para quem canta músicas autorais, os estabelecimentos
são restritos somente ao forró. Ela cita alguns bares como bons lugares para se
apresentar como o Vitrola e o Picanha 200. Mesmo com as dificuldades, a cantora
incentiva os jovens músicos da atualidade. “Quem canta não faz pelo dinheiro, a
gente faz isso porque é um dom”. Ela ainda fala um pouco sobre suas influências.
“Elis Regina me influenciou e influencia cada vez mais, através dela pude
conhecer outros artistas que me servem de referência”. Seu sonho era ter vivido
na era do rádio.
Campina Grande tem um artista chamado Ângelo Porto que é bem conhecido na
cidade. O jovem compositor já venceu um festival numa rádio local com a música
autoral “Vim aqui pra te dizer” eleita por voto popular. A mesma virou trilha
sonora do filme O Resgate do Pavão Misterioso, do diretor e professor Silvio
Toledo. Aos 18 anos vive de composições, grava e escreve músicas para artistas
da cidade, como Capilé, Niedson Lua, dentre outros.
Segundo Ângelo, em
Campina Grande, o músico é muito desvalorizado e essa seria a maior dificuldade
enfrentada. Ele reclama que não só em Campina, mas na Paraíba se predomina
apenas um estilo musical, o forró. Contudo, ele se mostra otimista. “Mas, isso vem
mudando, hoje em dia já estão sendo incentivados outros estilos musicais e,
melhor ainda, estimulando o trabalho autoral”.
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