Texto / Fotos: Débora Marx
Quando um cachorro ou gato aparece em filmes, livros
ou seriados a procura por sua raça aumenta consideravelmente, inúmeras pessoas
movidas por impulso acabam comprando e levando pra casa os filhotes, que com o passar
do tempo exigem certos cuidados. O dono, percebendo o tempo e o dinheiro que
precisam direcionar ao animal, quase sempre, o abandona.
Seja levado por isso ou por milhares de outros
motivos, o fato é que a cada dia o número de animais abandonados cresce, e
brevemente as cidades, assim como Campina Grande, não terão estrutura pra
comportar o numero de bichos vagando sem rumo, muitas vezes machucados, com
fome e sede.
Segundo Selma Pinheiro,
responsável pela ONG Adota Campina, em alguns bairros periféricos da cidade, o
número de animais abandonados é tão alto que chega a prejudicar a população da
localidade. Sem nenhuma ajuda de custo a ONG mantém 40 animais entre cachorros
e gatos, com um gasto mensal de aproximadamente R$: 3.000.
Assim como na Adota Campina, o Centro de Zoonoses também
não possui estrutura para receber mais bichos. Com capacidade para suportar 90
animais o Centro já conta com uma população de 425, incluindo animais de grande
porte como jegues e cavalos que para Rossandra Oliveira, coordenadora do local,
colocam a população em risco se não forem recolhidos das BR’s e vias, pois
podem causar acidentes graves no trânsito.
Ao chegar a
um desses dois pontos os bichos passam por uma triagem e pelos cuidados
necessários, responsabilidade que fica a cargo de um médico veterinário. Depois
seguem para a adoção; ponto de extrema dificuldade, pois as pessoas, segundo
Rossandra, tendem a optar por filhotes, dificultando a saída dos cães e gatos.
Como solução, Selma Pinheiro frisa: “Carrocinha e
eutanásia não são alternativas”, para ela, a prefeitura municipal tem verba
suficiente destinada a essa causa e podia iniciar a aplicação dos recursos com
medidas como o oferecimento de castrações gratuitas e campanhas de
conscientização sobre as consequências de abandonar um animal na rua.
“Quem procura carinho e companhia não se
interessa por raça ou pedigree! Você vai lá, tira o animal da rua, e lhe dá um
lar, em troca ele te presenteia com o próprio coração. Isso é um gesto tão bonito
e sincero que não dá pra descrever. No fim todos ganham inclusive a cidade!”
diz Maria José Santos, 38 anos, moradora do bairro do Santo Antônio, e dona de
três cãezinhos que achou da rua.
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